Por Marcos Fabossi (*)
Em 1981, um grupo de engenheiros da Ford Motor Company visitou as instalações da Toyota no Japão, que operava um novo sistema de produção. Apesar dos engenheiros da Ford estarem entre os primeiros a ter acesso a este inovador e revolucionário sistema de produção, foram incapazes de reconhecer o que estava por trás daquilo que viram.
Ao final, alegaram que aquilo que viam era apenas uma encenação, porque não havia estoque de peças para a montagem dos automóveis, portanto, sua conclusão foi que os japoneses não lhes mostraram uma fábrica verdadeira.
De fato, a ausência de estoque era justamente uma das principais inovações do processo de logística da Toyota, o Just-in-Time.
Inferências são as suposições que fazem parte da vida e do cotidiano todo ser humano, por isso passamos boa parte do tempo inferindo e tirando conclusões a partir de filtros, crenças e pré-julgamentos que já se tornaram nossos velhos conhecidos, analisando eventos e situações com base nesses padrões.
O processo de inferência inicia com aquilo que vemos, lemos ou ouvimos, ao que chamamos de Dados Disponíveis. A estes acrescentamos filtros e significados, transformando-os em nossos Dados Selecionados, e sobre estes construímos premissas e interpretações, chegamos a determinadas conclusões, e então iniciamos ações baseadas nelas.
É importante perceber que apesar de a inferência nos ajudar a tomar decisões mais rápidas, o que é muito apreciado neste mundo acelerado em que vivemos, se não formos capazes de suspender os pré-julgamentos ao analisar as situações do cotidiano, corremos o risco de não enxergar as situações como elas realmente são, e com isso chegar a conclusões e ações equivocadas.
É importante, portanto, que o líder não se limite a liderar com base nos Dados Selecionados, informações filtradas por si mesmo ou por terceiros. Para que suas decisões sejam mais justas e coerentes, o líder precisa ampliar a sua base de Dados Disponíveis, suspendendo suas pré-suposições, questionando a situação, buscando mais informações, conversando com as pessoas envolvidas, enfim, ampliando seu entendimento sobre os fatos, tornando sua inferência muito mais assertiva.
Já que não conseguimos evitar que a inferência aconteça, porque ela faz parte da nossa essência, agindo dessa maneira, podemos torna-la mais eficaz, justa e coerente.
Portanto, Boas Inferências!
(*) Marco Fabossi é Conferencista, Escritor, Consultor, Coach Executivo e Coach de Equipe, com foco em Liderança. Sócio-diretor da Crescimentum – Alta Performance em Liderança, que tem como missão: “Construir um mundo melhor, transformando pessoas em líderes extraordinários“.
O essencial é invisível aos olhos! (Antoine de Saint-Exupéry)
Fonte: Aleixo & Associados